Como fortalecer o sistema imunitário
Como fortalecer o sistema imunitário
Este tema sobre, como nos podemos tornar seres mais saudáveis e fortalecer o nosso sistema imunitário, é um dos temas mais vastos e complexos que envolve o ser humano, pois somos seres holísticos e são muitos, os fatores que contribuem e ajudam a desenvolver, uma vida mais saudável e plena!
Quando consideramos o nosso bem-estar em geral, não podemos simplesmente focar-nos no corpo físico pois, como seres holísticos que somos, os nossos corpos físico, mental, emocional e espiritual estão interligados, influenciando-se mútua e constantemente.
E é no equilíbrio, coerência e alinhamento de todos estes corpos, que depende a nossa saúde em geral!
Em resumo, a nossa saúde, bem-estar e plenitude depende do quão coerentes formos internamente, alinhando o que pensamos, com o que sentimos e o que fazemos.
O que coloca a nossa orquestra interna em harmonia e sintonia, é a nossa capacidade de sermos fiéis a nós mesmos, à nossa verdade, ancorados no nosso poder interior de sabermos quem somos e o que fazemos aqui! Quando este despertar surge e começamos a tomar consciência da nossa voz interna, deixamos de nos comportar como vítimas do externo, deixamos e julgar, de criticar, de cobrar e querer mudar os outros e assumimos a responsabilidade do nosso enorme poder de criação.
Este é para mim, o grande ponto de viragem nas nossas vidas, pois a partir dai embarcamos na maior viagem que podemos realizar: nós próprios.
Neste artigo vou focar 3 fatores que podem ajudar muito no fortalecimento do nosso sistema imunitário, contribuindo dessa forma para uma vida mais saudável e harmoniosa: São eles a Respiração, a Alimentação, e uma Emoção em particular.
RESPIRAÇÃO
Costuma-se dizer que respirar é viver, mas é algo tão inato, que não lhe ligamos importância nenhuma! Na verdade, ao longo da vida, desaprendemos a respirar e passamos a respirar de forma absolutamente inconsciente, e com isto quero dizer, em profunda ausência de consciência de como o estamos a fazer.
Tomemos consciência da diferença na nossa respiração quando estamos a viver um desafio ou uma situação que nos ameaça física, mental ou emocionalmente e quando estamos relaxados.
Quando estamos em perigo ou numa situação de stress, a nossa respiração torna-se mais curta e superficial, utilizando a parte superior do tórax. O corpo produz adrenalina e preparamo-nos para a lutar ou fugir! Podemos já não estar a ser perseguidos por leões nas savanas, mas vivemos vidas com índices de stress muito elevados no nosso dia a dia. A resposta do corpo é a mesma para ambas as situações. Quando vivida de forma recorrente, estas emoções de stress e sobrevivência causam muito desgaste no corpo físico, criando um enorme desequilíbrio no nosso sistema, gerando sintomas e consequentemente doenças dos foros físico, mental ou emocional.
E o que é que isto tem a ver com a nossa respiração? Tudo! Pois se tomarmos consciência das emoções e sensações que começamos a sentir numa situação de stress ou desafio e conseguirmos atuar sobre a respiração, podemos ajudar o corpo a regular-se e acalmar-se, voltando a um estado de equilíbrio. Só neste estado de harmonia interna conseguimos ter clareza para raciocinar e solucionar qualquer desafio.
Um exercício muito simples que podemos fazer é simplesmente respirar de forma lenta e profunda para a nossa barriga, como se estivéssemos a encher um enorme balão no nosso abdómen, inspirando e expirando pelo nariz.
Quando fazemos esta respiração, estamos a trazer mais oxigenação a todo o nosso corpo e especialmente a dar a indicação ao nosso cérebro que estamos num lugar seguro, pois só conseguimos fazer esta respiração se estivermos verdadeiramente relaxados. Recebendo essa informação, o cérebro vai começar a libertar química de cura e relaxamento no nosso sistema!
Simples, prático, eficiente e disponível a cada um de nós 24 horas por dia!
O importante é conseguirmos detetar o estado de ansiedade ou stress antes de estarmos tomados por ele. Isto vai também ajudar-nos a desenvolver um maior estado de presença e de escuta interna das nossas emoções e sensações para conseguirmos estar alerta, quando surja qualquer emoção ou desafio.
ALIMENTAÇÃO
As células do nosso corpo precisam de energia, tal como o nosso carro precisa de combustível, mas é interessante que quando pensamos no nosso carro nem nos ocorre darmos-lhe um tipo de combustível que não esteja de acordo com as indicações do manual! Porquê? Porque sabemos que o vai danificar!
Então, porque fazemos isso com o nosso corpo? Porque é que o enchemos de todo o tipo de substâncias que não são compatíveis com ele, que o danifica, causando sintomas e doença?
“Mas onde está o manual?” perguntam vocês. Simples…. Está exatamente naquilo que nos criou – NA NATUREZA
Tudo na natureza tem um propósito e está em equilíbrio! Nós somos, na verdade a única espécie que gera desequilíbrio, mas está tudo certo, pois somos projetos em desenvolvimento!
Se queremos dar equilíbrio e harmonia ao nosso corpo através da alimentação basta observarmos a natureza, as suas forças, pois se tudo é energia, nós e os alimentos também o somos!
Neste campo, a MACROBIÓTICA é para mim, de todas as filosofias que estão conectadas á parte da alimentação aquela que está mais em alinhamento e coerência com a natureza. Recordo que a Macrobiótica não é uma dieta, mas uma Filosofia de vida com uma componente energética e espiritual muito profunda! Neste artigo vou focar mais a parte relacionada com os alimentos.
Talvez seja importante mencionar que sou formada em Macrobiótica, Saúde e Autotransformação pelo instituto macrobiótico de Portugal e que pratico esta alimentação há já 8 anos.
O que é que define a alimentação Macrobiótica?
Para a Macrobiótica, que significa Grande Vida e que tem por objetivo último ajudar a desenvolver o potencial do Ser, cada ser é um ser e cada corpo um corpo, assim que aquilo que vou colocar aqui são as linhas gerais, o que chamos de dieta padrão, sendo que a alimentação deve ser ajustada ao género, idade, constituição, estilo de vida e condição de saúde atual de cada pessoa.
Se tudo o que comemos se transforma no nosso sangue e nutre todas as nossas células, aquilo que ingerimos é fator fundamental para o fortalecimento do nosso sistema imunitário, contribuindo para uma saúde plena, tanto física, como emocional e mental. E ao mudarmos a química do corpo através dos alimentos, estamos também a desenvolver uma nova perceção sobre nós próprios e a vida em geral.
É por isto, que muitas pessoas iniciam a sua viagem de transformação através da alimentação. Porque é talvez a forma mais eficaz e direta de iniciar o caminho da abertura da consciência. Libertando o corpo de toxinas e nutrindo o corpo profundamente através dos alimentos, esse mesmo corpo mais limpo e equilibrado, tanto física como energeticamente, vai depois atuar sobre as emoções e pensamentos.
É sem dúvida mais fácil mudar padrões alimentares do que padrões emocionais e crenças, assim que vou partilhar a seguir os princípios básicos que definem a alimentação Macrobiótica, que é aquela que pratico no meu dia a dia.
Na componente relacionada com a alimentação, a macrobiótica convida-nos a comer:
Alimentos adaptados à nossa biologia
Todo o nosso aparelho digestivo dá-nos indicações preciosas de como deve ser a nossa alimentação: a nossa dentição, saliva, ácido estomacal e comprimento do nosso intestino delgado, são indicadores fidedignos que o nosso corpo está preparado biologicamente para ingerir alimentos de origem vegetal e animal na proporção de 7 para 1 (7 vegetal, para 1 animal), mas isto também varia de acordo com o clima da região onde habitamos e as estações do ano.
Alimentos adaptados ao clima e às estações do ano do local onde vivemos
Os Alimentos são uma expressão das condições ambientais que os rodeiam. Devem privilegiar-se os alimentos que são gerados no mesmo tipo de clima, particularmente dentro da mesma latitude.
Esta premissa tem a ver não só com os alimentos em si, como com a própria forma de os cozinharmos. Em países temperados como é o caso de Portugal, com verões quentes e invernos frios, devemos, no verão, comer alimentos mais frescos e utilizar métodos de cozedura mais leves, pois o nosso corpo precisa arrefecer por dentro e, no inverno, quando o corpo precisa de mais calor, alimentos mais concentrados e, cozinhados durante um período mais longo e com mais pressão, como por exemplo comida confecionada no forno.
Produtos locais e de acordo com a nossa tradição
Se estamos no inverno aqui em Portugal, para estarmos em sintonia com o meio ambiente e darmos ao corpo aquilo que ele precisa para equilibrar o ambiente interno com o externo, não faz muito sentido comermos mangas e abacaxi de climas tropicais quentes.
A questão dos produtos locais tem a ver, não só com o facto de estarmos em sintonia com o meio que nos rodeia, mas também de diminuirmos a pegada de carbono, criada pelo transporte de produtos que nos chegam dos 4 cantos do planeta.
A tradição traz-nos para a sintonia com a nossa genética e os alimentos que os nossos pais, avos, bisavós e por aí em diante comiam e que são reconhecidos pelo nosso sistema.
Alimentos não processados, sem aditivos ou conservantes
São milhares e milhares os químicos, aditivos artificiais e conservantes utilizados na indústria alimentar! Muitos destes acabam por ser proibidos e retirados do mercado após anos de consumo, ao serem analisados os efeitos nocivos nos nossos corpos.
Relativamente à questão do processamento dos alimentos, a partir do momento em que submetemos os alimentos a um processo de refinamento, como é o caso por exemplo do arroz, quando o transformamos em arroz branco estamos na verdade a destruir não só as suas propriedades nutricionais, mas como o equilibro do próprio alimento. A natureza cria equilíbrio e nós seres humanos ao processarmos os alimentos estamos a desequilibrá-los nos seus compostos e elementos.
Terei de falar aqui de algo que considero ser um verdadeiro veneno e que está em praticamente em toda a comida processada. Estou a falar do açúcar refinado.
Para além do seu grau de acidez extremo, roubando minerais do corpo, incluindo cálcio dos ossos, é a principal fonte de alimento das células cancerígenas. Alguns dos problemas causados por esta substância são: obesidade, descalcificação óssea, diabetes, hipoglicemia, cálculos biliares, enfraquecimento imunitário, problemas cardiovasculares, entre muitos outros.
A Macrobiótica aconselha o consumo de alimentos vivos, completos e integrais, tal como os encontramos na natureza e que podem, dependendo do tipo de alimento, ser consumidos crus ou cozinhados de diversas maneiras.
Alimentos essencialmente de origem vegetal, tendo por base os cereais integrais, os vegetais e as leguminosas
A macrobiótica não proíbe nenhum alimento, mas de acordo com as características de cada pessoa e onde vive, convida-nos a observarmos de forma consciente o que comemos e os efeitos que isso tem no nosso corpo. Como os alimentos são energia de contração e expansão, a macrobiótica desaconselha os alimentos com energia extrema de contração, como é o caso dos produtos de origem animal, nomeadamente a carne e os ovos e os alimentos com energia extrema de expansão, como é o caso dos alimentos açucarados, chocolate, álcool, refrigerantes, etc.
Os alimentos onde estas duas forças da polaridade, ao que as Filosofias Orientais chamam de Yin e Yang (Yin = energia de expansão e o polo negativo, Yang = energia de contração e o polo positivo) se encontram mais equilibradas são: os cereais integrais, os vegetais, as leguminosas, algas marinhas, frutos da época, sementes e oleaginosas.
São os chamados alimentos do centro. Isto não quer dizer que não possamos de vez em quando comer do extremo das polaridades, mas uma alimentação que por rotina se baseia nos extremos, como por exemplo no consumo diário de carne, gelados e coca cola, vai colocar o organismo debaixo de muita pressão e desgaste, pois é como se este estivesse sempre a esticar uma corda ao ter de gerir os dois extremos.
Há um grupo de alimentos que a macrobiótica desaconselha mesmo e isso são os lacticínios e seus derivados. Escreverei outro artigo especificamente sobre estes alimentos.
Alimentos preferencialmente de origem biológica
A toxidade que existe no nosso organismo é causadora de inflamação originando muitas doenças e vem de muitas fontes: físicas, emocionais e mentais. Na questão física, são várias as formas como estes químicos penetram no nosso corpo: pelo consumo de alimentos cultivados com herbicidas, pesticidas e fertilizantes químicos, pela inalação da poluição do ar, pelos químicos contidos na água que bebemos, nos medicamentos que tomamos, nos cremes e outros produtos de beleza que colocamos na pele, na radiação dos equipamentos eletrónicos.
Quando consumimos alimentos de origem biológica, estamos a comer alimentos sem químicos na sua produção, que crescem de forma natural preservando todos os seus nutrientes e sobretudo alimentos sem OMG (organismos geneticamente modificados).
Comer de forma ecológica
A sustentabilidade é um dos focos centrais desta filosofia, pois a macrobiótica está assente sobre conceitos de equilíbrio e harmonia. A forma como nos temos alimentado nos últimos 70 anos, especialmente no mundo ocidental industrializado tem levado a um dos maiores desastres ecológicos da terra.
Tomemos o excessivo consumo de carne bovina como exemplo. Esta indústria é a maior responsável pelo efeito de estufa do nosso planeta, pela desflorestação e o maior consumidor de água potável.
Já não podemos falar sobre o nosso quintal, países ou continentes. A terra é o lar de todos nós, seres humanos e demais espécies de seres vivos que a habitam, e o que acontece num lugar afeta o outro, pois a terra é um organismo vivo, um corpo, do qual todos somos células. Cada um de nós é responsável individualmente pelas escolhas e hábitos que pratica e que contribuem para a saúde e bem-estar do nosso planeta.
GESTÃO EMOCIONAL – RIR
Sabemos que são as nossas emoções que geram a química no cérebro que aciona os genes nas nossas células. Assim sendo, são as nossas emoções que controlam não só a nossa biologia, assim como a forma como vemos e nos relacionamos com o mundo externo fora de nós.
As emoções são frequências de ondas de vibração e dependendo do que nos fazem sentir, equilibram-nos, dando-nos energia, vitalidade e sensação de bem-estar e plenitude ou nos desequilibram, diminuindo o nosso campo energético e roubando-nos energia vital.
Sermos conscientes da forma como nos sentimos é o primeiro passo para despertar o nosso observador interno, para em vez de reagirmos de forma inconsciente perante as situações possamos agir de forma consciente.
O que é que as emoções tem a ver com a nossa imunidade? Tudo!
As emoções são energia em movimento e são reações químicas que se produzem no nosso corpo como resposta a um estímulo do externo que é captado pelos órgãos dos sentidos.
Através do sistema nervoso os impulsos captados do mundo externo são transmitidos ao cérebro através do sistema nervoso e no cérebro produz-se a química que vai ativar determinados genes nas nossas células, ao mesmo tempo que são ativadas hormonas que são enviadas a todas as partes do corpo para produzir uma resposta aquele estímulo.
As emoções são na verdade o material de construção do nosso corpo físico e o importante não é termos controle sobre elas, mas sim tomarmos consciência de que as estamos a sentir.
Quando mais negativas e densas, mais desequilibrados ficamos, pois quando sentimos desconforto, dor ou sofrimento causado por emoções é porque estamos desalinhados com a nossa essência. E a grande chave do bem estar está no equilíbrio e na coerência!
Isto traz-nos para o reverso da medalha! Se há emoções que baixam a nossa energia vital e nos roubam energia, há outras que as elevam instantaneamente. Vou falar aqui da mais poderosa: RIR
Quando nos rimos de verdade, toda a química do nosso corpo muda, pois não conseguimos rir de verdade estando tristes, com raiva, ressentimento, dor, culpa, ou sentindo outras emoções negativas.
Rir de si mesmo e das suas imperfeições é a melhor forma de aliviar e tirar peso a uma situação que se pode tornar uma verdadeira bomba para o nosso corpo! Claro está que não é fácil, sobretudo quando estamos profundamente identificados com essas emoções e pensamentos.
Por isso é importante começar a abrir o caminho da consciência, escutar a nossa voz interna, observar o que sentimos e o que pensamos, pois é aí que se começam a abrir as portas e a surgir as respostas!
O caminho do autoconhecimento traz responsabilidade perante a vida, mas também uma enorme liberdade, pois sabemos que tudo tem uma função e um propósito e isso torna tudo mais leve! A dor e sofrimento reside na culpa, no julgamento, na cobrança, no querer mudar a si e ao outro para corresponder a expectativas, na vitimização!
Assim que quando estiver a sentir que a energia está a tornar-se demasiado densa, tente não levar as coisas tão a sério, ria-se de si mesmo, das suas imperfeições, veja uma comédia, leia anedotas, ou qualquer outra atividade que o faça rir de verdade!
Vai resolver o problema? Não! Mas vai ajudar a criar espaço interno e retirar peso à situação, o que lhe permite ver o desafio de outras perspetivas. Vai permitir-lhe desidentificar-se, nem que seja por um momento com a emoção que o consome e ao afastar-se, ganhar espaço para poder observar. Dessa forma vai gerar maior compreensão e consciência do desafio, o que leva a tomar decisões de uma forma mais alinhada e responsável.
Tal como disse no início, este é um tema muito profundo e vasto e eu apenas toquei a superfície, mas devagar e dando pequenos passos, vamos construindo a nossa jornada. Não há pressa…apenas há vida para viver, expressar, experimentar, integrar e transformar!
Se queremos que o mundo lá fora se torne um mundo mais equilibrado e harmonioso, temos se começar por gerar essa transformação interna, pois o que está fora reflete apenas o que está dentro!
A nossa saúde geral é fator primordial para que de um lugar de bem-estar e força interna possamos partilhar e espelhar à nossa volta a mensagem da nossa própria transformação interna. É esse exemplo de ação transformadora, que vai ajudar outros, a sentir e despertar a sua própria evolução e transformação.
Muito obrigada pela leitura! Espero que traga muitos benefícios a si e a todos em seu redor!
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